sexta-feira, 3 de agosto de 2007

REFORMA PSIQUIÁTRICA BRASILEIRA

Reforma Psiquiátrica Brasileira

Livro do Psicólogo e Psiccoterapeuta Rui Carlos Stockinger, relata a reforma psiquiátrica, partindo de uma visão inédita, traçando um panorama dos modelos de saúde, e mais especificamente, de saúde mental do último século, perpassando suas perspectivas político-ideológico e suas interferências nas concepções acadêmicas, técnico-terapêuticas em interface com as politicas de gestão pública. Reforma Psiquiátrica Brasileira- Perspectivas humanísticas e existenciais, acaba de ser lançado pela Editora Vozes.

Reforma Psiquiátrica Brasileira
Perspectivas humanísticas e existenciais
Rui Carlos Stockinger
128 páginas- R$ 19,80
Editora Vozes

Ricardo Gomes

Falar sobre saúde ou doença não é uma tarefa fácil. E especialmente num contexto de saúde mental, quando qualquer autor trilha sendas complexas e delicadas. Discorrer sobre o sistema de atenção e intervenção é tarefa ainda mais complexa. Mas necessária! E ainda necessária quando se depara com os números, na sua maioria superlativos, relacionados a este campo.
Relatório da Organização Mundial de Saúde sobre a saúde no mundo, publicado em 2001 e da Organização Pan Americana de Saúde, revela que os transtornos mentais e comportamentais atingem um quarto da população, estando presente em ceca de 10% da população adulta. A universalidade de sua ocorrência por si só já justificaria uma política de atenção integral à saúde que fosse mais compatível com a realidade.
Ainda segundo estimativas da OMS- organização Mundial de Saúde, nos Estados Unidos, com cerca de 2,5% do produto bruto são desrinados são destinados a saúde mental. Já a Holanda , os custos envolvidos com a saúde mental tomam 23,2% do total destinado às políticas de saúde. Se levarmos em conta os custos são elevados, em termos econômicos.
Mas a situação ainda é mais complexa do que apenas alusões a números ou elaborações de relatórios e proposições alternativas. Envolve modos de consciência, perspectivas subjetivas, relações sociais, modelos de entedimento do fenômeno humano, concepções contrastantes relativas a temas delicados, como corpo e corporeidade, mente e cérebro, comportamento e atitude, saúde e doença, sexualidade, qualidade de vida, normalidade e anormalidade. enfim, envolve uma dimensão tão complicada a ponto de nos vermos muitas vezes obrigados a nos deslocar de nossos pontos de apoio para visualizar novas perspectivas.
Em Reforma Psiquiátrica Brasileira- Perspectivas humanistas e existenciais, Rui Carlos Stockinger, aborda diversos aspectos da questão da saúde mental, no Brasil. Especialmente no que diz respeito a cidadania do paciente psiquiátrico, que acompanham as transformações do meio hospitalar, através da humanização do ambiente, do abandono progressivo das medidas restritivas da eliminação de tratamentos eletroconvulsivantes. As políticas modernas para promoção da saúde mental são derivadas daí e estimulam o movimento em direção a desospitalização e o incentivo às modalidades terapêuticas preventivas e extra-hospitalares.
Pode a Reforma Psiquiátrica firmar-se no propósito de assentamento de uma nova ordem transdisciplinar em saúde mental sem que seus produtores engendrem princípios filosóficos existenciais, valores advindos da psicologia humanística, da antipsiquiatria e da nova formulação de ciência que a sustenta? Pode o modelo de gestão centralizado na técnica e no legalismo abraçar tal desafio que requer enormes mudanças de atitudes e de compromissos pessoais e profissionais? São estas algumas das questões abordadas no livro Reforma Psiquiátrica Brasileira- Perspectivas humanísticas e existenciais, do psicólogo Rui Carlos Stockinger. Ele aponta para uma perspectiva fenomenológica, criativa e inquietante frente aos novos e antigos valores humanos que se encontrem nesse jogo. O livro possui uma orientação didática, servindo tanto de introdução ao leigo quanto para profissionais de saúde, mas volta-se especialmente ao público de graduação em cursos nas áreas de ciências humanas, sociais e biomédicas, tais como Psicologia, Medicina, Serviço Social, Fonodiaulogia, Terapia Ocupacional, Enfermagem, Sociologia.

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