terça-feira, 13 de novembro de 2007

MOSTEIRO DE SÃO BENTO






Presença Monástica


Em 360 anos de presença dos monges beneditinos, os religiosos deram sua contribuição. São muitas as histórias e fabulas, que foram preservadas ao longo dos séculos, formando o patrimônio religioso, social, educacional

Ricardo Gomes


Muitas das historias estão registradas, mas a maior parte destas foi transmitido pelas gerações. O Mosteiro de São Bento, em Campos esta completando 360 anos de presença dos monges beneditinos em nossa cidade. Com a doação feita na Escritura de Repartição dos Curraes de Campos dos Goytacazes, lavrada no dia 9 de março de 1648, os frades de São Bento, já presentes na cidade do Rio de Janeiro, ganharam uma faixa de terra na Capitania de São Tomé. Chegava o primeiro padre-fazendeiro, Frei Fernando de São Bento.

Nos primórdios, foi construída uma capela e uma morada para abrigar os religiosos. Mas a essa doação se juntaram compras e outras que foram entregues como pagamento de missas. Essa pratica levou os religiosos a terem uma fonte de custeio que ajudava na manutenção do mosteiro carioca. Foram passando os séculos, e mesmo em fases de dificuldades financeiras, e chegando a fazenda de Campos, por diversas vezes ser levada a leilão, os religiosos continuaram sua presença, abrigando no século passado, uma comunidade religiosa. O mosteiro teve como prior Dom Bento Martins dos Santos, religioso que destacou-se na educação e catequese nas escolas.

Mas muitas fabulas foram construídas em torno do Mosteiro de São Bento, ao longo dos séculos. No caso da construção da Igreja de Santo Amaro, um episodio marcou o cotidiano dos moradores, que oralmente transmitiram uma historia, um tanto quanto fabulosa. Contam que a imagem do santo ( em tamanho menor, em terracota), aparecia sempre debaixo de uma arvore. Era levado ao mosteiro e no outro dia aparecia. Isso foi tão marcante, que muitos reclamam o fato de aparecer numa das torres um arbusto, e ao ser tirado nascer de novo, isso seria um sinal de que o santo gostaria de preservar este arbusto. Mas claro que compromete a estrutura da igreja. Só que essa fabula nunca foi totalmente explicada.

O que aos olhos dos devotos parece um milagre, talvez possa ser explicado simplesmente pelo fato de que alguém retornava com a imagem ao mesmo local. Claro que os tempos são outros, e hoje talvez não tenha a mesma repecursao de outrora. Vale a fé do povo que tem de ser respeitada. E assim, os monges estão presentes até nossos dias.

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