terça-feira, 14 de agosto de 2007

LANÇAMENTO DA EDITORA OBJETIVA



O professor e filósofo Fernando Santoro conta como e por que os gregos inventaram o conceito de prazer
Quantas vezes por dia você sente prazer, pensa em prazer, busca o prazer? Em Arqueologia dos Prazeres (272 páginas- R$37,90-Editora Objetiva), o filósofo Fernando Santoro resgata a discussão originária dos gregos sobre o tema, que nos encanta e atormenta. Afinal, o prazer é um bem, identifica-se com a felicidade ou não? Deve ser perseguido, evitado, controlado?
O livro traz o levantamento das teses ontológicas do prazer, sua relação com o repouso e o movimento, o corpo e o intelecto, a ação e a paixão. Entenda como e por que algumas escolas defendem o prazer e por que outras o atacam. Saiba o que pensavam sobre o assunto os primeiros sábios, e como Empédocles, Demócrito, Aristóteles, Platão e Epicuro, entre outros gregos fundamentais, associavam o prazer à beleza e ao desejo.
Trechos de Arqueologia dos Prazeres:
“Nunca a destruição, mas a moderação. Não o excesso, mas o equilíbrio, a medida, a ocasião apropriada, os modos. Por isso, o uso dos prazeres requer um saber dos prazeres, um saber que pode regulá-los de acordo com o melhor. Os prazeres podem ser uma força perturbadora, mas apenas quando estão sem rédea, sem comando, sem seu cocheiro, para usar mais uma metáfora platônica.”
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“Para Demócrito, o prazer não se contrapõe à virtude mas é o resultado da vida virtuosa. A aprendizagem da condução da própria vida é primeiro uma aprendizagem sobre a natureza em geral, depois sobre a natureza dos homens, suas paixões e os desejos, mas consuma-se como um saber sobre si mesmo, um saber que não é teórico, mas se expressa nos próprios valores, nos desejos, nas disposições e nas ações.”
“Saber a medida do prazer não os encurta ou diminui, pelo contrário, os multiplica na extensão da vida, torna-os mais constantes e duradouros, à medida que preserva a boa condição do corpo que os usufrui, e não deixa prevalecer as carências, as dores e os sofrimentos. Se o corpo naturalmente necessita de pouco para se satisfazer, os desejos da alma, diferentemente, podem nunca ter fim. São estes desejos, portanto, os que nos podem tornar muito mais carentes e sobre os quais é necessário aprender a ter domínio para não sucumbir ao sofrimento.”
SOBRE O AUTOR
Nascido no Rio de Janeiro, em 1968, Fernando Santoro é graduado em Filosofia (Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ) e Literatura e Civilização Francesa (Nancy III). É mestre e doutor em Filosofia pela UFRJ e pós-doutor em Filosofia pela Université Paris Sorbonne – Paris IV. Autor de nove livros e de 13 capítulos de livros, Santoro publicou também 12 artigos em periódicos especializados e 17 trabalhos em anais de eventos. Atualmente é professor do Departamento de Filosofia da UFRJ, coordenador do projeto de pesquisa Laboratório OUSIA de Estudos Clássicos e integrante do GDR 1061 Vocabulaire Européen des Philosophies, dirigido por Barbara Cassin.

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